Pequim, 20 abr (EFE).- Pelo menos 102 pessoas morreram e
mais de três mil ficaram feridas após o terremoto de 7 graus na escala Richter
que sacudiu neste sábado a província central chinesa de Sichuan, a mesma na
qual um sismo de 8 graus de magnitude causou 90 mil mortos há quase cinco anos.
O terremoto, situado a 13 quilômetros de profundidade,
aconteceu às 8h02 (21h02 de Brasília) e abalou a comarca de Lushan, na área
municipal de Yaan, situada no centro da província, segundo dados do Centro de
Redes Sismológicas da China.
Mais de seis mil soldados do Exército de Libertação Popular
e aeronaves da Força Aérea foram enviados à região afetada para participar dos
trabalhos de resgate e auxílio às vítimas, informou a divisão militar de
Chengdu, a capital de Sichuan.
Também foram destinadas à zona equipes da Polícia provistas
de máquinas próprias para a busca de vítimas entre os escombros, e pelo menos
47 pessoas já foram resgatadas por bombeiros nas primeiras horas após o
terremoto.
Na zona afetada, onde no momento não há luz nem água
corrente, muitos edifícios desabaram, entre eles vários nas localidades de
Lushan e Longmen.
Muitas estradas estão interrompidas após desmoronamentos, o
que também dificulta os trabalhos de resgate.
O forte tremor pôde ser sentido claramente em Chengdu,
situada a 140 quilômetros de Yaan, assim como em outras províncias do oeste do
país, em um raio de milhares de quilômetros.
Um morador de Chengdu relatou à 'Xinhua' que em seu
apartamento, situado no 13º andar, pôde sentir o prédio tremendo durante 20
segundos, enquanto via telhas caindo de edifícios próximos.
A televisão estatal 'CFTV' transmitiu as primeiras imagens
da zona afetada, na qual a maioria dos habitantes saiu de suas casas e
permanece na rua por temer réplicas.
Câmeras de segurança nas ruas de Yaan, a capital da comarca
(com 1,5 milhão de habitantes), mostraram pessoas correndo assustadas pelas
ruas, enquanto os pacientes de um hospital eram evacuados.
Após o forte tremor inicial, 264 réplicas foram registradas na
região, a pior delas com intensidade de 5,4 graus.
O presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li
Keqiang, pediram às autoridades e equipes de salvamento que maximizem os
esforços de atendimento às vítimas.
O oeste da China é uma área de frequente atividade
sismológica, por ficar na zona de atrito das placas indiana e asiática. Nas
últimas semanas vários tremores de menor intensidade na também ocidental
província de Yunnan causaram dezenas de feridos.
Em 12 de maio de 2008, um terremoto de 8 graus com epicentro
em Weichuan, no norte de Sichuan, deixou 90 mil mortos e 375 mil feridos.